O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira, um aumento na taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que passou de 10,25% para 10,75% ao ano. A decisão, que já era esperada pelos analistas do mercado financeiro, visa conter a inflação persistente que tem afetado o poder de compra dos brasileiros.
A elevação da Selic é de quarta consecutiva e reflete a preocupação do Banco Central com a alta dos preços, que tem se mostrado resistente às medidas anteriores. A inflação acumulada nos últimos 12 meses ultrapassou a meta imposta pelo governo, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos e combustíveis.
Em comunicado, o Copom destacou que a decisão foi unânime e que o cenário econômico atual exige cautela. O comitê ressaltou que a política monetária continuará vigilante e que novos ajustes poderão ser feitos, caso a inflação não apresente sinais de desaceleração nos próximos meses.
Especialistas apontam que o aumento dos juros pode ter um impacto negativo no crescimento econômico, uma vez que encarece o crédito e desestimula o consumo e os investimentos. No entanto, o controlo da inflação é visto como prioritário para garantir a estabilidade económica a longo prazo.
O mercado financeiro já vem precificando a alta da Selic, e a expectativa é de que os impostos continuem subindo até o final do ano. Analistas projetam que a Selic possa atingir 11,5% ao ano, dependendo do comportamento dos índices de preços e das condições econômicas internas e externas.
A decisão do Copom ocorre em um contexto de incertezas globais, com a economia mundial ainda se recuperando dos efeitos da pandemia de Covid-19. Além disso, a guerra na Ucrânia e os preços comerciais entre grandes potências adicionaram volatilidade ao cenário econômico internacional.
Para os consumidores, o aumento da Selic significa um encarecimento do crédito, afetando diretamente financiamentos, empréstimos e o rotativo do cartão de crédito. Por outro lado, as aplicações financeiras atreladas aos impostos de juros, como a poupança e os títulos do Tesouro Direto, produzem rendimentos mais atrativos.
O Banco Central reafirmou seu compromisso com a transparência e a comunicação clara de suas ações, destacando que a política monetária será ajustada conforme necessário para garantir a convergência da inflação ao meta. A próxima reunião do Copom está agendada para novembro, quando novas decisões poderão ser tomadas à luz dos dados econômicos mais recentes.